Antes de qualquer outra meta político-pedagogica, deveríamos nos debruçar sobre outra meta: re-humanizar os relacionamentos humanos, não somente dentro do ambiente de aprendizagem, mas também no ambiente de trabalho. Afinal, não se pode tentar aplicar com as novas gerações aquilo que não se vivencia entre nós educadores, mesmo porque a educação se dá mais pelo exemplo do que por belas palavras.
A fim de singela contribuição, forneço a todos os interessados (e, principalmente, aos desinteressados) este breve resumo das páginas citadas na referência bibliográfica mais abaixo, da conferência destinada a uma rede de escolas particulares, aqui transformada em livro, do professor Antônio Carlos Gomes da Costa – que tem uma vasta atuação no campo educacional, dentro e fora do estado dele, Minas Gerais.
Seria interessante a leitura do livro integralmente, mas fica aqui o aperitivo.
A fim de singela contribuição, forneço a todos os interessados (e, principalmente, aos desinteressados) este breve resumo das páginas citadas na referência bibliográfica mais abaixo, da conferência destinada a uma rede de escolas particulares, aqui transformada em livro, do professor Antônio Carlos Gomes da Costa – que tem uma vasta atuação no campo educacional, dentro e fora do estado dele, Minas Gerais.
Seria interessante a leitura do livro integralmente, mas fica aqui o aperitivo.
PEDAGOGIA DA PRESENÇA
É uma aposta na possibilidade de despertar e desenvolver a juventude, aquela corda sensível no coração do jovem. É uma aposta no “desenvolvimento”.
Quando se observam os três grandes eixos universais da educação – o cognitivo, o emocional e o pragmático; ou razão, sentimento e ação –, se vê que o cognitivo está na docência, o afetivo está na assistência/presença e o pragmático, o nível da ação, está nas práticas e vivências.
O coração da preventividade está na presença. É uma pedagogia da presença. O educador se faz presente na vida do educando. Presença não é sinônimo de estar perto. A presença educativa é uma presença intencional, deliberada. Tem a intenção de exercer no outro uma influência construtiva.
Características dessa presença:
ABERTURA
Não basta estar perto. Nos ambientes de trabalho, nós sabemos disso, as pessoas estão perto, mas cada uma está na sua. Não estão abertas para o outro.
Essa abertura é se deixar penetrar pelo outro. É ter a disposição sadia – olha o que eu estou falando – de penetrar o outro. Às vezes, você vê uma pessoa com o olho ou nariz vermelho e pensa: “Vou ficar quieto”. Agora, se você pergunta: “Fulano, o que está acontecendo?”, não sabe o que pode vir dali como resposta. Aquilo vai lhe penetrar, vai lhe jogar dentro de um problema.
Temos de estar dispostos a ser penetrados pela alegria ou pelo sofrimento, pela dificuldade, pelo contentamento do outro. Eu tenho de me deixar penetrar. Tenho de ter também a disposição de penetrar, porque de outra forma não existe encontro.
RECIPROCIDADE
Reciprocidade é um comércio singelo entre as pessoas. É um comércio de pequenos nadas. Um sorriso, um olhar, um cumprimento, um abraço, uma pergunta, um elogio, um toque, tudo isso são pequenos nadas, mas que podem mudar o ambiente de uma sala de aula, de uma casa de família, de um hospital, de um trabalho.
A reciprocidade é esse troca-troca de pequenos nadas, que são tudo para criar um ambiente de qualidade e de desenvolvimento das pessoas. E quantas vezes sonegamos isso? Quantas vezes esses pequenos nadas que são tudo, nós os sonegamos das pessoas que estão ao nosso redor? Muitas vezes os pais dão tudo, mas não dão os pequenos nadas. O professor dá o melhor ensino, mas também sonega os pequenos nadas.
COMPROMISSO
É aquela coisa – pode ser até ingênuo ficar citando, mas é profundamente verdadeiro – de que você se torna responsável pelo que cativa.
Presença gera responsabilidade. Se você está aberto a uma pessoa, se intercambia com ela, se mantém com ela uma postura de reciprocidade, você não tem mais o direito de ser indiferente para com ela. Por isso, por temor a essa responsabilidade, a gente se mantém fechado, porque sabe que no final se torna, de certa forma, responsável pelo outro.
Essa presença educativa intencional, deliberada, onde um ser humano busca exercer uma influência construtiva sobre o outro ser humano é, ao meu ver o coração da preventividade. É uma condição para o desenvolvimento humano. É uma condição para a pessoa se “des-envolver”, para atualizar seu potencial.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
COSTA, Antonio Carlos Gomes da. Presença Educativa. São Paulo: Editora Salesiana, 2001. pp26-30.
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