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18 janeiro, 2010

Carta de Compromissos 2010


CARTA DE COMPROMISSOS 2010


• Ser um referencial positivo na vida de todos que de mim se aproximarem, especialmente crianças, adolescentes e jovens. Para eles quero ser um referencial positivo, um porto seguro com o qual poderão contar, diante de tantos fatos negativos e contra-valores que envolvem a todos.

• Meu princípio amplo de trabalho: “respeitar para ser respeitado”. Essa será – e sempre foi – a lógica de meu relacionamento dentro e fora da sala de aula, com todos os seres humanos. A recíproca haverá de ser verdadeira também, sempre.

• Todo meu trabalho docente será, como sempre, sustentado em dois pilares: leitura prazer no início das aulas (com desdobramentos inter e supra-disciplinares) e resgate do lúdico na escola - “hora do brinquedo” (brincando a criança se socializa, toma contato com regras, passa a ver a Escola como algo prazeroso etc). Nesse sentido estarei criando e divulgando Planos de Trabalho. Acredito que conteúdos atitudinais e habilidades devam caminhar juntos com os conteúdos tradicionalmente consagrados, se de fato queremos formar cidadãos.

• Meu “norte” de trabalho será (como sempre foi) a criação da autonomia progressiva dos alunos. A criança deverá sempre caminhar para a autonomia, ou seja, o governo: de seu corpo, de seu espaço, de seus pertences e de suas ações. Sem isso, o processo educativo da criança fica comprometido, com reflexos no coletivo da classe (quem não cuida de si, cria problemas para todos). Nesse sentido, a família deverá colaborar (aceitando ou não), pois o exercício da cidadania passa pela capacidade de cuidar de si em primeiro lugar. Afinal, a criança não terá o adulto sempre para amarrar seu tênis, servir sua refeição, apontar seus lápis, tomar parte de suas encrencas etc. Queremos cidadãos ou parasitas sociais, que dependem dos outros para ter ação? O cordão umbilical já foi cortado, ou vai matar a criança por asfixia em torno do pescoço? O parto biológico já ocorreu; o parto social está (ou deveria estar) em processo progressivo.

• Prioridade de ação: o aluno em primeiro lugar (1 – O Estatuto da Criança e do Adolescente garante-lhe prioridade nacional absoluta; 2 – sem o Aluno não existe o Professor e, sem estes dois, não existe a Escola e seus desdobramentos institucionais – Professor e Aluno = célula-núcleo da Instituição). Dai a necessidade de direcionar-lhe todas as ações. E é por esta “peneira” que passarão todas as minhas decisões, inclusive os quesitos burocráticos. O Legal jamais poderá estar à frente do Ético (ambos são faces de uma mesma moeda). O “papel solicitado” deverá ser sempre para atender melhor o aluno, respeitando-lhe o caminhar – individual e enquanto classe; se esta finalidade não estiver bem clara, o “papel” vai para o final da fila.

• Nunca imporei minha escala de valores a ninguém, mas deixarei claro que a mesma sempre estará norteando minhas ações pedagógicas. Igualmente, dialogarei com escalas de valores diferentes dos meus, assimilando o que eles possuem de positivo, mas sem concordância passiva; tolerância não é nem passividade, nem imposição de um sobre o outro. A Unidade pressupõe Diversidade, sem prevalências ou submissões – isto vale também para a multiplicidade de ferramentas pedagógicas (teóricas e práticas). E Educação é crença: só se faz plenamente bem o que é feito com convicção.


Enfim, expus acima, de forma bem resumida, meus objetivos para este ano de 2010. Considero como o mínimo do mínimo para que haja um trabalho de qualidade, no qual eu possa respeitar a todos ao mesmo tempo em que me faço respeitar. Tudo aquilo não posto nesses pontos será objeto de ampla negociação; porém o conteúdo supracitado será executável de forma automática e direta. São como a estrutura de um edifício: se mexer, comprometerá a firmeza da obra; mas os acabamentos (pontos não elencados e, portanto, negociáveis) serão sempre bem-vindos, pois enriquecerão e embelezarão a obra.

Acredito que, meus princípios e projetos pedagógicos (vivenciados e enriquecidos por uma caminhada de mais de uma década na mesma comunidade), enxertados nas metas e propostas assinaladas pela Prefeitura de São Paulo, contribuirão para um grande progresso de nossos alunos – estes, sim, prioridade de qualquer sistema educativo que se preze (todo o resto vem por consequência).

Tenho plena certeza de que estes meus princípios em nada colidem com a legislação em vigor. Muito pelo contrário, é uma forma de dar-lhe pleno cumprimento – somando minha experiência prática aos ideais e metas de nosso Sistema Educacional.


Acredito e adoto a pratica educativa laica, a fim de assegurar amplo respeito à diversidade cultural brasileira. Mas nada impede de citar dois autores que, em seu tempo e contexto, fizeram algo pela educação:

“Manifestem, em toda a sua conduta, o respeito aos alunos que lhes têm sido confiados”.
“Vocês devem educar com firmeza de pai e ternura de mãe”.
(João Batista de La Salle, 1651 – 1719)

“Em todo jovem, mesmo no mais infeliz, há um ponto acessível ao bem, e a primeira obrigação do educador é a de buscar esse ponto, essa corda sensível do coração, e tirar bom proveito”.
“Os educadores sejam como pais carinhosos. Falem, sirvam de guia em todas as circunstâncias, dêem conselhos e corrijam com bondade”.
(João Bosco, 1815 – 1888)
  

Finalizando, proponho para nossa prática educativa um texto sobre o Respeito e a Diversidade, bem como o valorizar as qualidades de cada um:




(o vídeo acima é externo, hospedado no Youtube; caso haja algum bloqueio em seu computador, entre em contato com o responsável pelo mesmo; este vídeo não é de minha autoria, nem hospedado em minha página, por isso não posso garantir sua exibição em todos os momentos, apenas estou apontando para o mesmo).
 

ASSEMBLEIA NA CARPINTARIA

Contam que na carpintaria houve, certa vez, uma estranha assembleia.
Foi uma reunião de ferramentas para "acertar as suas diferenças".
O MARTELO exerceu a presidência, mas os participantes lhe notificaram que teria que renunciar. A causa? Fazia demasiado barulho: e além do mais, passava todo o tempo "golpeando". O MARTELO aceitou sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o PARAFUSO, dizendo que ele "dava muitas voltas" para conseguir algo.
Diante do ataque, o PARAFUSO concordou, mas, por sua vez, pediu a expulsão da LIXA. Dizia que ela "era muito áspera" no tratamento com os demais, entrando sempre em atritos. A LIXA acatou, com a condição de que se expulsasse o METRO, que sempre "media os outros, segundo sua medida", como se fosse o único perfeito.
Nesse momento, entrou o CARPINTEIRO! Entrou, juntou o material e iniciou o seu trabalho. Utilizou o MARTELO, a LIXA, o METRO e o PARAFUSO. Finalmente, a rústica madeira se converteu num fino móvel.
Quando a carpintaria ficou novamente só, a assembleia reativou a discussão.
Foi então que o SERROTE tomou a palavra e disse:
"Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha com 'nossas qualidades', com nossos pontos valiosos. Assim, não pensemos em nossos pontos fracos, concentremo-nos em nossos pontos fortes".
A assembleia entendeu que o martelo era FORTE, o parafuso UNIA e DAVA FORÇA, a LIXA era especial para limar e AFINAR ASPEREZAS, e o metro era PRECISO e EXATO. Sentiam alegria pela oportunidade de trabalharem juntos.
Ocorre o mesmo com os seres humanos. Basta observar e comprovar. Quando uma pessoa busca defeitos em outra, a situação torna-se tensa e negativa; ao contrário, quando busca, com sinceridade, os pontos fortes dos outros, florescem as "melhores conquistas humanas".
É fácil encontrar defeitos, qualquer um pode fazê-lo.
Mas encontrar qualidades... isto é para os sábios!!!
Autor Desconhecido


Revista de Aparecida, ano 1, nº 12,
março de 2003, Ed. Santuário,
Caixa Postal 41 CEP 12570-970
Aparecida do Norte - SP
www.santuarionacional.com.br  
Fonte: http://salvemaria.sites.uol.com.br/carp.htm
Link do vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=YEsaEGDa3GQ 
 
Este e outros textos para refletir. Visite o blog: http://textosmeditativos.blogspot.com/ 

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Um comentário:

Marlene disse...

Vídeo maravilhoso para refletirmos sobre a importância do respeito à diversidade como estratégia para se conquistar os objetivos traçados, sobretudo, nas escolas.

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