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20 setembro, 2010

Problema de todos?

Alguém já disse, certa vez, que o maior inimigo do professor é o próprio professor. Não concordo com isso, pois há quem ainda se preocupe com o outro. São os verdadeiros educadores: não metem a cabeça na areia, como avestruz, dizendo que o problema não lhe diz respeito, problema esse que poderia acontecer consigo.

Mas não posso negar que existe o tipo que pensa estar imune aos problemas do colega e prefere isolar-se do que somar forças em resolver um problema que, cedo ou tarde, poderá afetar-lhe exatamente porque acha que sua turma está posta sob uma redoma, imune aos problemas que afetam toda escola.

A esse tipo ofereço o conhecido texto abaixo:



Um rato, olhando pelo buraco na parede, viu o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo em que tipo de comida poderia ter ali. Ficou aterrorizado quando descobriu que era uma ratoeira. Foi para o pátio da fazenda advertindo a todos:


– Tem uma ratoeira na casa, tem uma ratoeira na casa.
       
A galinha, que estava cacarejando e ciscando, levantou a cabeça e disse: 
– Desculpe-me, senhor Rato, eu entendo que é um grande problema para o senhor,mas não me prejudica em nada, não me incomoda.
       
O rato foi até o porco e disse-lhe:
       
– Tem uma ratoeira na casa, uma ratoeira.
       
– Desculpe-me senhor Rato, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser rezar. Fique tranquilo que o senhor será lembrado nas minhas preces.
       
O rato dirigiu-se, então à vaca. Ela disse:
       
– O que, senhor Rato? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não!
       
O rato, então, voltou para a casa, cabisbaixo e abatido, para encarar a ratoeira do fazendeiro.
       
Naquela noite, ouviu-se um barulho, como o de uma ratoeira pegando sua vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pegado. No escuro, ela não viu que a ratoeira pegou a a cauda de uma cobra venenosa. A cobra picou a mulher.
       
O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre. Todo mundo sabe que, para alimentar alguém como febre, nada melhor que uma canja. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal.
       
Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la. Para alimentá-los o fazendeiro matou o porco.
       
A mulher não melhorou e acabou morrendo. Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro, então, sacrificou a vaca para alimentar todo aquele povo.
       
Por isso, da próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se de que, quando há uma ratoeira na casa, toda a fazenda corre risco.


do livro: "As mais belas parábolas de todos os tempos vol. II"
Alexandre Rangel (org.)
Editora Leitura.

05 setembro, 2010

Disciplina

Viver em sociedade pressupõe uma série de coisas, dentre as quais, saber conviver com o outro, respeitando-o da mesma forma que gostaria de ser respeitado. E, para haver esse respeito mútuo, existem as regras de convivência.

Para que as regras de convivência sejam respeitadas por todos deve-se haver disciplina, que não deve ser confundida com medo, terror. Pois quem tem medo, respeita somente sob pressão; ausente a situação que impõe medo, já deixa de respeitar. Disciplina é algo que vai além, cria condições de organização e observância, de tal forma que o respeito ocorre independente da situação.

Deve haver disciplina em tudo na vida: no trabalho, na vida de fé, no lazer e em todos os ambientes dos quais participamos. Sem disciplina, há bagunça e desrespeito: faz-se somente o que quer e como quer, independente de prejudicar ou não os outros.

Quem ama educa, quem educa põe disciplina. Há pouco, cheguei da Missa Dominical em uma comunidade vizinha, na qual o Padre falava sobre a disciplina na fé (usando exatamente essa diferenciação entre disciplina e medo, que expus acima), uma vez que o Evangelho desta Missa (Lucas 14, 25-33) trata dos critérios que devemos ter em disciplinar nossa vida de fé, elegendo prioridades e planejamentos. Não sei se é porque havia criança barulhenta na porta da igreja, o Padre, ótimo pedagogo (como muitos o são em sua família religiosa) citou o exemplo da disciplina da criança, contando o caso de uma menina pequena que corria por uma loja e respondeu de forma grosseira à bronca de sua mãe. Concluiu o jovem pároco que se não pusermos disciplina em nossos filhos estaremos criando e alimentando monstrinhos, pois amar é educar, é mostrar limites, é disciplinar.

Fiquei pensando nas palavras desse sacerdote, comparando à situações de tantas crianças e adolescentes. Será que eles têm quem, de fato, os ame, a ponto de mostrar-lhes limites, disciplina? Ou será que, em nome de um falso amor, que tem medo de magoar, tolera tudo, sem disciplina? Foi sobre esse falso amor, que tem medo de magoar, criar traumas, que o padre também tratou em sua homilia.

Deus nos ama, cuida de nós, nos educa. E nós, amamos nossos jovens, a ponto de educa-los também?!? Ou é mais fácil deixá-los crescer sem limites e lamentarmos sua sorte depois, dizendo que os jovens de hoje não prestam?
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